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mel com bolo de coco;

by - 10:51



Quem tem um filho hospitalizado sabe: as coisas não andam. Nos alimentamos, tomamos banho por pura necessidade. Concentração não há. Não se quer saber de notícias lá fora, do clima, do último acontecimento em Paris, nada. Só queremos sair dali e passear no jardim.

Enjoamos dos médicos, dos medicamentos, temos o coração roubado a cada acesso, a cada hemograma, a cada Raio X. É uma experiência que eu, que já vivemos duas vezes aqui em casa.  Sabemos que pode se repetir, crianças são caixinhas de surpresas. Até o próximo " dodói" , vamos orando, tecendo correntes de bem,  de cura. Sempre torcemos pelo " não vai precisar."

O interessante de tudo é que no meio disso tem a família, as avós  sofrendo juntas, as tias, as madrinhas, os amigos, todos de mãos dadas. As orações diárias, o contato frequente.

Um momento de saúde debilitada pode unir e reunir aqueles que não estão por perto.
Pode trazer uma Melissa grávida de blusa preta e calça pantalona, com um potinho com bolo de coco numa visita atrasada, já encerrada, pode adoçar o que jamais será doce, quando se fala de qualquer noite num hospital qualquer.
É um gesto singelo que salva vidas. Que salva o ânimo, que devolve as forças.

Sou uma mãe moderna, conectada, antenada, que lê, que conta histórias, que sai de uma saia justa como quem sai do banho numa manhã de domingo.
Mas ver meu filho preso a uma cama de hospital, me desfaz inteira. 

O sofrimento é tradicional até que finde.

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