Nas primeiras sessões de fisioterapia, eu temi que não conseguisse. Você chorava quase o tempo todo, Não queria nada e nem ninguém. Não te interessavam as "tias" vestidas de branco, nem a sala ampla, cheia de brinquedos, tatames e outras crianças.Você chorava e a minha vontade era te pegar no colo, acalentar e partir. Quando filho chora, acho que todas das mães se sentem assim. Deve ser essa coisa de proteger a cria. Esse super poder dado por Deus.

Aos poucos sua insegurança foi partindo, seus músculos se fortalecendo, suas pernas pequenas chamando para andar, E de repente, eu percebi que junto com o choro, mais da metade das limitações foram embora.

E sabe qual é o melhor de tudo, filho?

Não pagamos por isso. Não existe nisso um boleto de plano de saúde, o valor de uma consulta, nada. É tudo a base de doação, dedicação e delicadeza. Lidar com pequeninos, nunca foi fácil. Acredite na sua mãe: professora de educação infantil  hoje, em não exercício, frequentadora da última classe Adicional para Classe Especial do Instituto Roberto Silveira, Sem amor, NADA, eu disse, NADA numa criança surte o efeito desejado. 

Todas as segundas e quartas, a partir das dezesseis e trinta, pontualmente, você está em boas mãos, Mãos de fraldas, de sapatinhos pequenos, botinhas especiais, de casos especiais. Tem o sorriso da Tia Izabhella, tem o Lennon que ninguém tem. 

Tenho muito amor por essa turma.

Precisamos agradecer, viu? Precisamos torcer por eles. Precisamos plantar essa gratidão nos olhos.

Deixar que eles vejam. Deixar que eles sintam. Quem cativa uma criança, ganha o mundo. Que Deus os faça saber.