nublado azul;
Filho,
Trinta e seis anos hoje. Chuva desde a meia noite. Friozinho
leve no RJ. Não caberia uma comemoração, a não ser esta de dentro. É o primeiro
aniversário com você do lado de fora. Se você pudesse distinguir, já notaria
que meus olhos são outros.
Fora isso, é um momento de muitas mudanças. Não consigo me
dispersar com bolos, balões e convites. Se pudéssemos, sairíamos eu, você e seu
pai: Outback ou outro lugar tão intimista quanto. Ou faríamos um shopping [de
mentirinha] na sala e levaríamos você para passear. Mas a cabeça a mil exala preocupações que você tão pequeno,
não entenderia.
As mudanças, acredite, são para melhorar um mundo que você
vai conhecer daqui a pouquinho, quando a sua percepção começar a trabalhar, meu
filho.
As coisas não estão fáceis e a grana anda curta, de minissaia,
quase nua, por aqui e por aí também. Alguns planos tiveram que ficar para trás.
É só um momento. Não desacredito. Jamais desacreditaria do sol, das estrelas ou
da música. O universo tem força. E Deus também.
Trinta e seis anos e você. E seu pai. E a chuva que não
cessa. Um passarinho trouxe Fé de presente.
Sabe, filho, aniversários acabam rápido demais. Logo é dia
oito. E começa tudo outra vez.
É o primeiro aniversário que ressoa seu nome.
Com amor.
De sua mãe.
P.S.: Escrito em 07 de novembro, 2015.
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