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noites que não são minhas;

by - 18:00






Não me lembro, de verdade, qual foi a última vez que dormi uma noite inteira. Antes de o Lennon nascer o meu maior medo era não acordar quando ele precisasse de mim, dos meus cuidados. Minhas noites de sono sempre foram ininterruptas. Quando conversava sobre isso com amigas mães, todas me diziam “Deixe que o instinto materno se encarregue disto”. Nunca ouvi uma verdade tão clara.

Nas últimas quatro semanas, Lennon saiu de uma crise alérgica e entrou num resfriado. Não tem descanso. Você abre mão do seu sono para aliviar os sintomas, a tosse, mudar a posição dele, se necessário. Você beija, abraça, acalenta. Nenhuma crise é confortável. Mas temos o poder de torna-la menos solitária. Pediatra, sibilos, antibiótico, corticoides, aerolin. Quem tem um filho alérgico já é amigo dessas coisas. É quase um kit sobrevivência.

Estas noites em claro, em vigília são cansativas, sim. São cansativas. Que me chamem de louca, mas vejo poesia nelas. Só um amor tão grande e um verso vivo são capazes de fazer o corpo e o coração resistirem aos corredores de hospitais, postos médicos e emergências.

Enquanto Lennon dorme, ORO.  Incluo tudo, sabe: proteção, sabedoria e discernimento, saúde, conforto e um caminho justo. Acho que vai ser assim até quando ele crescer. Meu coração de mãe não vai estar livre nunca.  Desde os dois meses, nas noites de dodói, ele dorme na minha barriga. Daqui a pouco, não cabe mais. SEMPRE caberá dentro do meu sorriso, dos meus olhos e das minhas histórias.


*Imagem: Weheartit

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