Mães na teoria, mães na prática
Bem antes de sermos mães, já
estamos sendo. Ouvimos conselhos da mãe, da avó, da tia, de outras mães, das
mães dos outros. Ouvimos de tudo. Ouvimos de todos.
Na teoria, ser mãe não parece ser
tão complicado, conseguimos visualizar uma vida milimetricamente organizada,
tardes estiradas no sofá da sala.
Eu não quero, aqui, insinuar que
a teoria é mentirosa ou maldosa, veja bem, mas basta o bebê nascer para parte
da teoria ruir.
Por quê?
Porque só neste momento
percebemos que aquela vida “redonda” agora tomou forma de “nuvem”, e que aquele
serzinho que pensa ainda estar dentro da barriga, sabe, de fato, roubar seu
tempo com amor. Que dizer se seu filho fará isso ou aquilo sem conhecê-lo é bobagem
sem fim. Nós escolhemos como educar nossos filhos, sim. Mas crianças são
tomadas de reações que não prevemos. Então é provável que alguma vez durante a
sua vida, durante a vida do seu filho, você tenha que se deparar com uma
pirraça, uma manha ou outra coisa que você lá atrás jurou que ele nunca faria.
Faz parte.
Ser mãe é um espetáculo real. Os
bastidores não estão escondidos, como de costume. Não existem comerciais,
pausas ou proteções. Sentimos tudo. Somos capazes de rastrear bondade e sentir
a maldade a quilômetros de distância.
Toda mãe é mãe na teoria. Ali,
ainda não nos reconhecemos de fato.
Mães na prática decifram choros,
juntam brinquedos mais de vinte vezes por dia, se dividem para acolher toda a família.
Mães na prática viralizam beijos
e não poupam abraços. Têm mil braços, sabia? Estão cansadas, mas felizes. A
prática, ao contrário da teoria, nos exige esforço físico, pausas para orações,
multiplicidade nas vinte quatro horas do dia.
Teoria?
Não, não.
Eu poderia fazer chover exemplos aqui.
Mães na prática são inventoras,
reinventoras da própria versão.
*Imagem: Weheartit
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