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Um pouco de como tudo começou

by - 05:36




A gente sempre acumula sonhos. E eu, chegada a viver com a cabeça na altura das nuvens, acalentava o sonho de ser mãe. Era um sonho entre tantos outros.
Desejava, com todas as forças, que chegasse logo a minha vez, mas via, de longe, meu sonho nas mãos de outras tantas mulheres. 
É... A vida costuma pregar algumas peças na gente, e, enquanto o mundo girava, eu sempre estava no final da fila. 
A verdade é que, pra começo de conversa, eu não poderia fazer um filho sozinha, e no meu sonho, esse pai precisava ser também meu grande amor. 
Eu sonhava alto.
Encontrei esse amor aos 26 anos de idade, mas o casamento e a estabilidade de um amor tranquilo veio somente aos 38. Nesse intervalo (longo) de tempo, o sonho se manteve silencioso, discreto e, muitas vezes, regado a lágrimas do medo.
Sim, eu tinha medo. Medo de não ser a minha história. Medo de nunca sentir um bebê no meu ventre, de nunca trocar uma fralda, de nunca sentir o leite escorrendo do meu peito, de nunca ter uma mãozinha pequena segurando a minha e de não ouvir alguém me chamando de mamãe.
Me envolvi com a minha própria vida, tapando olhos e ouvidos, driblando a vontade de ser mãe com um punhado generoso de razão.
Hoje sei que foi o tempo (DEUS) arrumando as coisas nos seus devidos lugares, ajeitando tudo para fazer meu coração sorrir o sorriso mais bonito na vida de quem sonha ser mãe.
O relógio começou a sinalizar em meu ouvido algo que já sabia – eu não podia perder mais tempo, eu não tinha mais tanto tempo...
O meu milagre chegou, o universo conspirou e tudo aconteceu. Casei em dezembro e engravidei dez dias depois.
O mundo se abriu diante dos meus olhos e o amor se agigantou dentro do meu peito. Passei a viver cada instante de felicidade. Os nove meses foram a minha eternidade. O medo perdeu espaço para a certeza de que eu seria capaz de amar além do que podia imaginar!
Ser mãe aos 39 anos me fez um bem danado. Descobri que, na verdade, o tempo foi meu aliado, a maturidade trouxe a tranquilidade, trouxe a espera calma e serena e a convicção de que o melhor estava realmente por vir.
Mesmo tendo sido mãe mais velha, ainda assim preservei a disposição em aprender. Porque mãe ensina, mas aprende todo dia também.
Hoje Rafael (meu filho, esse da foto) tem 4 anos, e meus dias são infinitamente mais cheios. Cheios de sorrisos, lágrimas, trabalho, dores, cura, comidas, roupas, tartarugas ninjas, heróis, paciência e a falta dela, alegrias e amor... 
Porque, além de tudo, tem ele, meu filho! E com ele, todo o amor desse mundo.
Agora vou ter que sair! Ele está aqui segurando minha mão com sua mão pequenina e dizendo bem alto: “Manhêêêêêê!”.

PS: Eu volto!


*Imagem: Arquivo Pessoal


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